SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE RIO PRETO
No ano de 1875 falecia na cidade de Rio Preto D. Maria Roza do Espírito do Santo, a Baronesa de São José – a maior benemérita da história do município! Ela legou em testamento a vultosa quantia de 20 contos de réis – uma verdadeira fortuna, para que se construísse na cidade “uma casa de caridade”.
Aos 23 de agosto de 1886, reuniram-se na Rua Direita de Rio Preto (atual Rua Dr. Esperidião), na "casa da cidade" (conhecida à época por Palacete da Viscondessa) do abastado fazendeiro Carlos Theodoro de Souza Fortes – o Barão de Santa Clara, diversas autoridades locais convidadas pelo anfitrião, que naquele momento já se encontrava com a saúde bastante abalada e não tinha herdeiros.
Estavam presentes, entre outros, o cônego Fabiano Caixeta, o advogado Dr. Esperidião, além de fazendeiros e comerciantes como Cândido Alves Coutinho, João Evangelista de Souza Franco e Antônio Vieira Pinto, e o intuito da reunião era fazer valer o desejo testamentário da Baronesa de São José – “uma casa de caridade em prol dos mais necessitados”.
E desta forma foi fundada a Irmandade de Santa Isabel da Santa Casa de Misericórdia de Rio Preto, e o hospital teria como sede o suntuoso imóvel onde acontecia a reunião, o que de fato ocorreu no ano seguinte, quando a casa de caridade abriu as portas e iniciou as suas atividades como entidade particular de cunho filantrópico.
Felizmente, passados quase um século e meio, a Santa Casa de Misericórdia ainda funciona, e continua sendo o único hospital da cidade: uma ideia beneficente que deu certo, um patrimônio histórico que merece ser protegido e, acima de tudo, um motivo de orgulho para todos os riopretanos!
*Texto de Rodrigo Magalhães, pesquisador, historiador e escritor.